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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Diário de campanha - Mesa online

Sexta,dia 13 tive a ótima opotunidade de jogar em uma mesa online,mestrada por nosso amigo O Clérigo.O diário de campanha foi feito pelo própio Clérigo e também pode ser encontrado em seu blog.O programa usado foi o RRPG Firecast,que é de graça e muito bom.O sistema que usamos foi Old Dragon,cenário foi Bruntoll.

Prólogo

A sessão começou por volta das 17:00 horas e tivemos duas ausências. Dessa forma tivemos a seguinte composição do grupo:

Guilherme "Torganus" - interpretei Akkar, um Halfling Arqueiro.Chato,rico e mimado.Isso define Akkar,mas ele não é apenas um Hobbit rico e mimado.Ele é pode ser bem útil ao grupo.Ele saiu de sua cidade natal,Rontes,em busca de Fortinelli Thomas.Um caçador que matou alguns animais de seus pais e vizinhos.Agora está na hora de acertar as contas com Thomas.

Felipe Noll - interpretou Cerdic, um Humano Cavaleiro, que havia sido criado e treinado por sir Bradford, um famoso Cavaleiro do reino de Bruntoll. Sir Bradford, no seu leito de morte, revelara ao jovem Cerdic que não era seu verdadeiro pai. Anos atrás Bruntoll sofrera um ataque de Corsários vindos do norte. Nesse ataque, sir Bradford derrotara o líder dos Corsários e encontrara o bebê Cerdic nos braços de sua verdadeira mãe, que jazia morta. Quando soube a verdade, Cerdic decidiu tentar encontrar algum remanescente daquela invasão, que pudesse lhe dizer mais sobre sua verdadeira família. Ao sair ao mundo deparou-se com o halfling Akkar e uniu-se a ele em sua busca por justiça.

João Manoel - interpretou Leonam, um Meio-Elfo Mago, que era aprendiz de Kelben na cidade de Parthceredir. A torre em que viviam, porém, sofrera um ataque repentino e acabou sendo destruída por fogo. Por sorte, dois aventureiros passavam perto do local (Akkar e Cerdic) e ajudaram o pobre mago que quase morrera no no incêndio. Apesar de ter sobrevivido, Leonam ficou com o corpo cheio de cicatrizes, que não puderam ser removidas nem pelos melhores Clérigos do reino (é que eu não estava lá, rsrsrsrs). Além disso, Kelben desaparecera durante o ataque. Dessa forma, movido pela necessidade de saber do paradeiro de seu mestre, e também como agradecimento por ter sido salvo das chamas, Leonam uniu-se ao grupo.

Rafael 'o Clérigo' - isso mesmo, além de mestrar o Clérigo interpretou um personagem, Argalad, um Mago Elfo que saíra do Principado Élfico a fim de conhecer os grandes magos do reino e receber instruções deles. Chegando em Parthceredir em busca de Kelben, recebeu a notícia de que sua torre havia sido incendiada e que seu discípulo, Leonam estava recebendo cuidados clericais. Assim, uniu-se ao grupo para tentar encontrar Kelben e descobrir quem estava por trás disso.

Aqui é importante notar uma coisa: isso tudo aí acima é o resumo do histórico que os jogadores me enviaram durante a semana. Eles tiveram total liberdade para criar o background de seus personagens e, por mais que estivessem separados fisicamente, a troca de emails foi constante, de forma que eles conseguiram ligar, perfeitamente, suas histórias umas às outras.

Na estrada

O Grupo está indo em direção a Villalobos

A história começa com nossos bravos aventureiros seguindo em uma estreita estrada, de Parthceredir rumo a Villalobos. Leonam questionava a validade de sua busca pelos caçadores, dizendo que eles deveriam fazer algo mais útil do que ir atrás de caçadores que mataram os animais do halfling Akkar. Cerdic tentava mediar a discussão, enquanto Akkar argumentava sobre a necessidade de punir aquele bando de mal-feitores.

Nem notaram que o mago Argalad ficava para trás da comitiva.

Só depois de alguns momentos foi que Cerdic percebeu o atraso de Argalad e perguntou se tudo estava bem. Como o elfo não respondera, Cerdic foi até perto dele e perguntou mais uma vez se tudo estava em ordem. Por sorte chegou a tempo de segurar o companheiro, que quase caíra do cavalo. Leonam e Akkar então vieram para perto de Cerdic, que agora colocava Argalad no chão.

- "Ele está queimando de febre" - disse Cerdic após examiná-lo.
- "Deixe-me examiná-lo melhor" - falou o mago Leonam, que então descobriu uma espécie de ferimento na perna do elfo. Era uma enorme mancha vermelha, tendo no centro uma ferida.

- "Há um vilarejo a uns dois quilômetros daqui" - disse Akkar "vou até lá solicitar ajuda". O halfling então montou em seu pônei e foi até a pequena cidade.

Leonam, supondo corretamente que aquilo era obra de algum animal peçonhento, fez um curativo improvisado na perna de Argalad, de forma a não deixar o veneno espalhar-se. Cerdic então subiu em seu corcel, levando Argalad consigo, e pediu que Leonam viesse atrás dele, levando seu cavalo e o do mago adoentado. Ambos então rumaram para o vilarejo onde o halfling havia ido.

No vilarejo

Akkar avistou uma pequena casa no fim de uma subida, no costado da estrada. Chegando lá encontrou um homem gordo e barbudo, saindo de um pequeno celeiro com uma enxada na mão.

- "Senhor, eu preciso de ajuda!" - gritou o halfling.
- "Ói, pobrizin, cadê sua mãe, mi fío?" - respondeu o camponês com um sotaque campesino.
- "Eu não sou um menino, sou um HOBBIT!" - respondeu Akkar com raiva.
- "Hein? Seu nome é Rovvit, mininu?

Visivilmente irritado, Akkar explica que seu amigo está doente e que precisam de um herbalista. O homem então responde que o clérigo do vilarejo, chamado Galius, era o melhor "hervalista" da região, mas que ele morrera no dia anterior. Contudo, seu vizinho, Hendell, o coveiro do lugar, conhecia algumas plantas e talvez pudesse ajudar.

O homem então entregou a enxada para sua mulher, que aparecera à porta e tomou seu chapéu, guiando o "Rovvit" até a casa do coveiro.

Nesse meio tempo Cerdic e Leonam chegaram até a mesma casa onde Akkar tinha pedido ajuda, e a mulher indicou-lhes o caminho até a casa do vizinho. Quando chegaram à casa, um homem alto, grisalho e sem barba estava conversando com Akkar e com o homem barbudo que o havia guiado lá.

O encontro com Hendell

O homem grisalho apresentou-se como Hendell e ficou surpreso por ver um hobbit naquelas terras, (eles são raros em Bruntoll) e pediu para examinar o mago que ardia em febre. Ao examinar o ferimento que havia em sua perna, ele disse calmamente:

- "É picada de lesma-do-campo. Ele vai ficar bom."

Ao ser questionado sobre o que era a tal lesma-do-campo, o coveiro disse que era um inseto parecido com um verme que existia em abundância nessa região e que, quando em contato com a pele causava queimadura e envenenava a pessoa. Provavelmente o mago Argalad havia sido picado pelo inseto enquanto dormia, visto que o grupo havia dormido a última noite à beira da estrada.

Também disse que o ferimento deveria ser tratado com folha-de-cobre, uma planta muito usada pelos clérigos e que provavelmente encontrariam um pouco no templo, bem em frente a sua casa. O clérigo responsável pelo templo havia morrido no dia anterior, mas Hendell estava em posse das chaves até a vinda do novo clérigo, que deveria chegar naquele dia ou, no máximo, no dia seguinte. Hendell então entregou as chaves ao grupo e pediu que trouxessem um pouco de folha-de-cobre do templo.

No templo

Nesse momento todos ficamos sabendo de algo importante, mas que não havia sido mencionado por Akkar em seu histórico: ele era ateu e, por conta disso, não queria entrar no templo de Rhîw (divindade do frio e do raio no reino de Bruntoll). Quando entrou, o fez todo desconfiado, pedindo aos companheiros para terem cuidado.

O templo era pequeno, mas a única construção de pedra do vilarejo. Havia um salão principal com alguns bancos de pedra circundando um púlpito que ficava bem em cima de uma fonte d'água. Entalhados pelas paredes haviam os símbolos de Rhîw: o raio, o vento, a água e o gelo.

No fim do salão principal eles encontraram duas portas: uma era um quarto com dois beliches, um em cada parede, uma escrivaninha e uma estante com alguns livros. A outra era uma cozinha pequena com uma dispensa, onde eles encontraram a folha-de-cobre, levando-a então para Hendell, o coveiro.

(Nesse ponto da história o João Manuel teve que deixar o jogo)

De volta a casa de Hendell

Ao retornarem, Hendell já havia colocado o mago em um quarto separado em sua casa e cuidava dele. Logo fez um curativo usando a folha-de-cobre e sentou-se para conversar com os aventureiros, enquanto sua mulher preparava o jantar.

- "É uma pena que Galius tenha morrido. Ele certamente poderia curar seu amigo mais rápido que eu. Mas creio que ele ficará bom em um ou dois dias." - disse Hendell.
- "Muito obrigado por sua ajuda." - respondeu Cerdic.
- "O jantar já está pronto?" - perguntou Akkar.
- "Assim que ficar pronto, Akkar, você será o primeiro a ser servido!" - respondeu Hendell.

Cerdic aproveitou o momento para fazer perguntas a Hendell sobre a morte do clérigo Galius. Ele descobriu que o clérigo habitava no vilarejo já há 20 anos e era muito bem quisto por todos. Porém, de uns anos para cá havia se tornado muito recluso e passou a apresentar problemas de saúde que foram piorando. Ele tinha problemas respiratórios, principalmente no inverno, e uma tosse horrível, que muitas vezes o impedia de dormir ou mesmo pregar ao povo. Cerdic então fez um comentário muito perspicaz:

- "Mas os clérigos de Rhîw não são protegidos contra o frio e os rigores do inverno?"

Nesse momento a mulher de Hendell os chamou para jantar, ao que Akkar respondeu prontamente. Cerdic ficou mais um pouco com Hendell e perguntou se o clérigo Galius havia cometido algum pecado e por isso tinha sido castigado por Rhîw. O coveiro respondeu que não sabia de nada errado que Galius tivesse feito.

Uma merecida noite de descanso

Após terem jantado, Hendell informou aos aventureiros que teriam de passar a noite no templo, visto que não havia espaço em sua casa. Akkar recusou-se a dormir no templo, dizendo que era ateu, e foi fazer um lugar para repouso em uma árvore. O frio do inverno, porém, foi mais forte e ele decidiu dormir no templo.

Leonam e Cerdic logo foram logo dormir, mas Akkar ficou investigando o templo, atrás de passagens secretas ou algo assim. Como não conseguiu encontrar nada, decidiu que iria tentar mais uma vez dormir ao relento. Como a porta do templo estava trancada, e as chaves estavam com Cerdic, ele foi até o cavaleiro para pegá-las.

Nesse momento ele e os outros personagens ouviram um terrível grito de agonia e angústia, que penetrou-lhes profundamente a alma e quase congelou-os de pavor.

Akkar virou-se e viu, formando-se sobre o púlpito no meio do salão principal do templo, uma luz espectral e fantasmagórica, na forma de um homem, que gritava:

- "Dê-me meu descanso! DÊ-ME MEU DESCANSO!!!!"

Eu disse que todos estavam amedrontados por causa daquela visão e daqueles gritos, mas Guilherme (o jogador que interpreta Akkar) exigiu um teste. Ao rolarem os dados, ambos ficaram amedrontados, Cerdic mais do que Akkar, e o halfling então falou:

- "O que te impede de descansar, ó criatura do inferno?!"

O fantasma então notou que não estava sozinho no templo e, com um grito aterrorizante, partiu para cima de Akkar, que acertou uma flechada na assombração, sem causar efeito algum. O fantasma então agarrou o halfling e parecia drenar sua energia vital.

A entrada triunfal

Nesse momento Cerdic ouviu batidas na porta do templo, e reconheceu a voz de Hendell. Correu até lá e abriu as portas, vendo Hendell e ao lado dele um anão carregando um enorme martelo com o símbolo de Rhîw desenhado. O anão olhou para Cerdic, deu alguns passos para dentro do templo e, erguendo seu martelo, bravejou:

- "Eu sou Iantumal Espírito Forjado, servo de Rhîw! Afasta-te deste templo, ó espírito imundo e retorna às profundezas de onde vieste!" (rolando um 19 no d20) - conseguindo dessa forma afastar a vil criatura das trevas que quase pôs fim à vida de Akkar.

Iantumal (personagem do Ladino, que não pode jogar, mas eu usei-o como pdm) foi até o halfling desmaiado e trouxe-o de volta à consciência. Cerdic estava junto dele e, quando viu o pequenino abrir os olhos, disse em tom irônico:

- "Parece que um ateu acaba de ser salvo por um clérigo."

Akkar ficou indignado com a afirmação de Cerdic e começou a insultar o clérigo anão, dizendo que ele não tinha poder nenhum, pois dependia de um outro ser para realizar suas curas. Em segredo eu rolei meus dados, e o anão conseguiu se controlar, afinal estava dentro do templo, tinha acabado de chegar de uma viagem e estava cansado. Dessa forma não ataquei Akkar e procurei acalmar os ânimos dele. O hobbit, contudo estava inamovível de sua rude teimosia e foi novamente tentar dormir ao relento.

Encerramento e gancho para a próxima aventura

Quando Akkar retirou-se, restavam Cerdic, Leonam, Iantumal e Hendell no salão principal do templo. Hendell então fez um comentário que chocou a todos:

- "Aquele espírito... aquele era o espírito de Galius, o antigo clérigo do vilarejo!"
- "Eu imaginava que ele tivesse algo pendente nessa terra, por isso Rhîw não o está deixando descansar." - disse Cerdic.
- "Pode ser que você tenha razão, cavaleiro. Talvez Galius tenha feito, ou deixado de fazer algo, que o impede de adentrar o mundo dos mortos." - disse o anão Iantumal. "Proponho que unamos nossas forças para descobrir o que ainda o prende a esta terra, de forma que ele possa ter o seu descanso. Aceitam ajudar-me nessa empreitada?" - perguntou o anão ao grupo de aventureiros.
- "Sim, vamos ajudá-lo nessa busca, Iantumal, se antes puderes curar nosso amigo Argalad, que está enfermo na casa de Hendell." - disse Cerdic.
- "Pois fique tranquilo, Cerdic. Isto já está sendo providenciado.
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Assim terminamos esta primeira sessão online, tendo um gancho para a próxima aventura, que vai ser a investigação para saber o que prende Galius a esta existência. Acho que falo por todos os jogadores, que esta foi uma sessão muito interpretativa. A única rolagem de dados foi feita para determinar se os personagens estavam com medo da assombração, para determinar os ataques de Akkar e do fantasma e para que o clérigo expulsasse a assombração.

Houve muitos diálogos, tendo os mais marcantes sido parcialmente transcritos aqui. Infelizmente no fim da sessão eu esqueci de salvar em um arquivo o que havia acontecido, tendo que puxar pela memória para escrever tudo. Mas acredito que está bem fiel ao que fizemos.

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